segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Reflexões sobre a produção de conteúdo Kawaii nas redes sociais

 

Uma das publicações que eu fiz no meu perfil. 

Desde março de 2020, as nossas vidas viraram um verdadeiro pandemônio por conta de uma pandemia que já ceifou mais de 600 mil vidas (embora eu ache que o Atila tinha razão e nós já tenhamos passado de 1 milhão, com a absoluta falta de notificação). 

No mundinho Kawaii, isso comprometeu principalmente os eventos - cancelados por razões óbvias e coerentes - e nos levou a compartilhar nossos visuais e experiências nas telas, seja através de encontros virtuais, transmissões ao vivo e principalmente produzindo conteúdo para as redes sociais.

Eu faço isso desde que a Internet era mato. Sim, estou aqui desde 2002 mais ou menos, desde que os blogs ainda eram moda (lembro-me até hoje do Anjo Desiludido, página do Weblogger que eu mantinha com poesias e contos. Imagine a cruzada para caçar templates e modificar os códigos HTML!). 

Estive presente em praticamente todas as plataformas que se possa imaginar. Porém, eu só produzi conteúdo propriamente até 2016, quando decidi apenas compartilhar minhas fotos usando Lolita ou Decora-kei. Com o distanciamento social e mais tempo em casa, tive a ideia de voltar a 'blogar'.

Fiz várias publicações partilhando minhas visões sobre continuar usando e gostando de coisas fofinhas 'mesmo com minha idade' (acho essas aspas bizarras, mas é assunto pra outro post), bem como o conhecimento acumulado de dez anos vivendo várias estéticas.

O resultado, para mim, foi decepcionante: ninguém pareceu se importar. E o pior foi ter conhecimento disso através das tais 'métricas', já que levei a coisa a sério e mensurar quem me acompanhava. Foi a primeira vez em que ouvi uma das palavras mais odiáveis do dicionário brasileiro: engajamento.  

Blogar nos anos 2000 é BRUTALMENTE diferente de produzir conteúdo agora. Já sei que sou idosinha e não quero parecer saudosista, mas as páginas funcionavam mais como diários mesmo, e o que tinha de interação era para dialogar e trocar experiências - como deveria ser a premissa das redes sociais.

Porém, eu acompanho amigas mais novas do que eu, e as coisas são INSANAS (em caixa-alta porque eu fico assustada). Tem gente que chora porque não fez visual novo para os seguidores. Tem gente que pede desculpas por estar mal e não ter postado, e tá mais preocupada porque 'o engajamento vai cair'.

Gente que se endivida porque sempre TEM que 'trazer novidade'. Que sente estar decepcionando os seguidores porque precisou mudar o 'calendário'. E gente que sente tudo isso.

(...)

Porém, a coisa se tornou ainda mais desastrosa quando esses sentimentos começaram a me tomar. Nunca fui popular na Internet, mesmo lá atrás, e nem mesmo sou fã de correr atrás de seguidores. Meu objetivo era ser uma referência de que não existe idade para vestir o que se gosta.

O problema é que com mais tempo em casa, a gente fica rolando as redes sociais por mais tempo, e a inevitável comparação com os outros começou a aparecer. Não só em relação aos meus visuais, como no post passado, mas em relação ao que eu fazia de conteúdo.

Comecei a me perguntar: por que continuar falando se ninguém me escuta? O pior foi quando percebi que gente dentro dos padrões de beleza com conteúdos muito parecidos com os meus tinham muito mais visibilidade. Aos poucos, fui me desiludindo até parar de escrever.

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Longe de mim pregar que redes sociais são tóxicas, inclusive tô escrevendo nessa. Mas será que não é hora de questionar como a gente relaciona os hobbies que amamos com números que dificilmente definirão que valor temos? De condicionar nossa permanência no meio por causa de um 'deus algoritmo' cujos desígnios a gente nem sabe quais são?

Também não sou demagoga, e às vezes esse sentimento de insuficiência bate mesmo. O importante é manter o hábito de repensar o que nos motiva a fazer o que fazemos, e nossa relação com o conteúdo que produzimos. 

Para que a gente não passe a odiar o que sempre gostamos. Por conta de algo que não podemos controlar.


- B


quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Uma possível despedida em 2022?

 

Arte feita pela Viviane Carvalho em minha homenagem

Nas últimas semanas, eu tenho feito uma limpeza no meu armário, anunciando algumas coisas que eu não vou mais usar na minha loja na Shopee .

Porém, tenho me sentido cada vez mais desanimada em relação aos visuais, e a tendência é de que eu me despeça do mundinho alternativo em breve (ainda que eu não saiba exatamente quando, nem como).

Eu estava conversando com algumas amigas, e tenho tido a sensação desconfortável de que alguma coisa sempre está faltando nos meus visuais. Nada tem sido o suficiente.

Isso se acentua sobretudo quando olho para as minhas fotos. Se estou usando Lolita, parece que estou sempre de casual e nunca com um visual completo (inclusive uma pessoa Lolita que eu namorei fazia questão de endossar o fato). 

Se estou usando Decora-kei, pior ainda, parece que eu não to enfeitada o bastante... O que é ainda pior porque sou péssima com maquiagem.

Revisando as minhas faturas do cartão de crédito, posso dizer que a questão não é dinheiro, como costumava ser nos anos 2000. Estou começando a pensar que falta alguma coisa em mim. Como se vê, não sou muito bonita - e estou começando a envelhecer. 

Não, não me entenda mal, vivente que está lendo - defendi e sempre vou defender a expressão de moda independente da idade. O problema é comigo. 

Sou comum demais, básica demais (nas makes principalmente, não tenho coordenação motora nenhuma pra essas estripulias artísticas que todo mundo que importa no meio faz). Deste modo, com o passar dos anos, venho sentindo que sou alguém brincando de colocar uma peruca na cabeça.

Não me vejo na turma do jeans-camiseta-sapatilha redonda, não faz meu estilo. Mesmo assim, vem chegando ao meu coração o momento de aposentar minhas perucas e enfeites. Talvez eu apenas precise reinventar - como sempre fiz - minhas expressões de moda, mas realmente me questiono se não é hora de eu dar adeus a esse mundo. 

Em breve, devo falar mais sobre o assunto.

- L


segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Explicando o Belrose Project: Aliens de Verdade

 


2022 mal começou e eu já iniciei mudanças significativas na minha forma de consumir e fazer conteúdo. A mais importante foi olhar para esse cantinho com mais carinho, principalmente depois de eu ter lido esse texto  fenomenal do Atila, que apesar de ter sido escrito em 2013, envelheceu muito bem: depois de uma pane nos aplicativos do Relâmpago Marquinhos, vimos que apostar as fichas num canal só é BUR-RI-CE. 

Além do mais, se resumir só ao que eu estou vestindo e comprando é uma chatice... eu acho.

Mas, vim falar de outro ponto de virada na minha produção de conteúdo. Eu comecei a notar que algumas perucas apareciam mais nos meus visuais e pensei:

Por que não dar nomes, e transformá-las em personas, assim como eu fazia quando jogava RPG no Orkut lá nos idos de 2010? 

Assim, nasceu o Belrose Project. Que também veio porque, ao final e ao cabo, sou artista, uma vida apenas não me basta - e é através das minhas personagens que eu consigo me teleportar para as realidades que, sendo eu mortal e de uma cara só, não posso ir.

Como fazer um textão explicando quem é quem ficaria cansativo, prefiro fazer as apresentações de cada uma separadamente.

Por hora, apenas digo que tem sido uma experiência bastante rica porque nos últimos tempos só tiro foto quando acho que preciso ou sinto vontade. Então, os visuais saem exatamente como eu sou 'aqui fora': de acordo com meu estado de espírito.

até a próxima, 

B.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

[FEEDBACK] Cute Queen Store


Gosto de pensar nesse blog como uma forma de guardar os feedbacks de lojas que eu costumo comprar, num formato que considero mais atrativo tanto para mim (que detesto enrolação em vídeo pra saber se algo é bom ou não) quanto pra loja (muita gente ainda busca avaliações no Google, e ter resultados relevantes ajuda). 

Uma das lojas que mais gosto é a Cute Queen Store - e vocês vão saber os motivos AGORA.

1 - Alternativas para fazer a compra: Quem quer aproveitar o frete grátis da Shopee tem acesso à loja virtual  da Cute Queen. E quem preferir fazer a compra direta, sem a comissão de 18% da plataforma, pode falar diretamente com a Kau, que é amável e responde rápido (na medida do possível, nesses tempos).

2 - Variedade e adaptação: Tem acessório pra tudo quanto é estética, desde lacinhos pra quem gosta de uma vibe mais 'dark' quanto pra quem é fã da cultura Kawaii. 

E, ponto bastante importante: há opções de alteração nos brincos para quem tem alergias, como ganchos de silicone para quem tem alergia a níquel, e fechos de pressão ao invés de tarraxas.

3 - Cuidado com as encomendas: Parece algo básico, mas nada pior do que coisas soltas dentro da caixa correndo o risco de quebrarem. Não aconteceu com meu pedido.

Já fiz pelo menos quatro pedidos e nunca me decepcionei - o mais recente foi uma caixa com vários itens. Eu e Kau passamos alguns momentos de tensão com a caixa presa no centro operacional da Jadlog lá em Lauro de Freitas, mas tudo deu certo. 


Essas foram minhas compras. A Kau me mandou uma pulseirinha de flores de brinde. Algumas coisas vieram faltando, mas chegaram na remessa seguinte sem problemas. Coisas de fim do ano, que não comprometem a avaliação. Ela está bastante acessível no perfil da loja.

Alguns preços: Colar soco inglês ou gilete: R$15 / Presilhas de borboleta: R$ 8 pacote com R$ 10 / Brinco Lolita: R$ 22 / Pulseira personalizada: R$ 8 

Obrigada e até a próxima!





sábado, 15 de janeiro de 2022

Minhas três resoluções para visuais em 2022

Um raro momento de tranquilidade. Foto: Cycero Tavares
 
Uma colega querida que me acompanha no Instagram (você ainda não me segue, vivente? E por que raios não fez isso ainda?) me perguntou quais visuais eu desejo tentar neste ano. 

Pela primeira vez em dez ou quinze anos assumindo estéticas, eu não tive uma resposta decente pra dar... 

É que acabei descobrindo que aquele meme sobre uma pessoa de trinta ter dinheiro e energia, mas não tempo, é completamente verdadeiro. 

Inclusive, estou vendendo algumas coisas na minha lojinha da Shopee justamente porque minha rotina tem sido insana. 

Mas não: ainda não pretendo desistir dos visuais... Não esse ano, pelo menos (a menos, claro, que dê alguma m*). Só que há algumas mudanças:

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1 - Mais peças sem estampas: Elas são mais versáteis, servindo para outros projetos que eu inventar de fazer. Além disso, eu não uso a câmera nativa do meu celular e acaba tendo o efeito de 'espelhamento', invertendo as frases na camiseta.

2 - Seguir a linha editorial: Pretendo falar sobre isso depois. Mas basicamente, é continuar evitando compras por impulso pra não ficar com peças que não combinam...

3 - Organizar os projetos: Embora tentar coisas novas seja ótimo, tenho outras prioridades: meu computador está com problemas e eu preciso de um novo. Não pretendo fazer investimentos grandes tão cedo em visuais. Então, vou ver o que é viável com as coisas que já tenho. 

E você, vivente? Quais são suas prioridades?

Amor,

- L

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Novo nome + linha editorial

 

Um pouco de humor não faz mal a ninguém, crianças! :)
(Créditos na imagem: Bom dia do Mal)

Feliz 2022, vivente!

Eu andei um tanto sumida daqui (quase três meses, haha). Final do ano é sempre um período bastante corrido pra mim, então acabei não fazendo os textos que eu queria...

2021 foi um ano bastante esquisito pra mim, porque defendi meu TCC de forma remota e colei grau assim também. 

Comecei a trabalhar, e fui percebendo que escrever não era tão 'paixão' quanto eu imaginava. É mais fácil eu estar apaixonada pelo Atila mesmo - como de fato aconteceu, pro meu desespero.

Falando nele, a única coisa que eu consegui desenvolver em termos de escrita foi "O Amanhã Nunca Chegou", que era pra ser uma fanfic zoando ele mas virou um projeto sério. 

E depois de levar mais de um ano com o projeto...

Minha mente ficou um tanto cansada e isso comprometeu os planos do blog. Mas, estamos de volta (de uma forma bastante realista) e com algumas mudanças.

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1 - O blog não se chamará mais "Alien Decora", porque cansei de tentar me adequar a este ou aquele subestilo. Nunca tive vocação pra isso.

2 - Vou aproveitar esse espaço pra relembrar um pouco da minha trajetória de elaboração do Babado Real, que por acaso é meu TCC, e começar a traçar caminhos em relação a uma continuidade do trabalho.

3 - Como a Moda Lolita foi meu objeto de pesquisa, quero trazer algumas reflexões para cá sobre o assunto, além das resenhas e feedbacks ocasionais.

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Por enquanto é isso. Siga brilhando!