Quem me acompanha há mais tempo sabe que eu costumo fazer reformulações constantes na minha forma de produzir conteúdo. Uma seguidora até disse que 'estava ansiosa pela nova temporada'. Estreamos o 'Babado Rebelde' como um grito de retaliação a todos os pré-conceitos sobre estética.
Eu considerei uma forma muito interessante de definir a minha trajetória. Isso porque, quando comecei a me interessar por diferentes expressões de moda, eu tinha 14 anos e detestava cor-de-rosa e outras 'frescuras', como uma boa jovem emo da época.
Faço 31 daqui a pouco mais de dois meses e minha vibe é justamente a oposta: mergulhei de cabeça na cultura Kawaii e não consigo passar numa loja sem querer uma camisa dos Ursinhos Carinhosos. Como a vida é curiosa, né?
Pois bem...
Na nossa adolescência, a gente ouve sobre como 'quando crescer, pode usar a roupa que quiser'. Cresci, pago pelas minhas roupas e tenho de ouvir sobre como estou velha demais para gostar dessas coisas.
O problema é que essas afirmações não aparecem sozinhas, são associadas com toda uma cultura de que você precisa ser 'sério', 'responsável' e 'sóbrio' (essa última é uó, viu) e abandonar tudo o que gosta.
O problema é que essas afirmações não aparecem sozinhas, são associadas com toda uma cultura de que você precisa ser 'sério', 'responsável' e 'sóbrio' (essa última é uó, viu) e abandonar tudo o que gosta.
Só que isso se torna problemático, porque quando o trabalho e as outras atribulações dominam a vida, perde-se o referencial de quem se é.
Deixa eu ilustrar: minha mãe tem pouco mais de 50 anos, ela estava preenchendo uma ficha de cadastro numa clínica odontológica... Quando chegou nos interesses, ela ME perguntou do que ELA gostava! Imagine o horror de não ter uma atividade que faça você feliz?
Por isso, continuo usando minhas perucas, meus visuais, minhas coisas fofinhas. Farei isso enquanto eu me sentir bem, e estou cagando se falam que eu deveria largar ou me comportar de uma 'forma adequada para minha idade. Isso sou eu quem decido.
E, se ser quem sou vai contra as expectativas dos outros embasada numa estrutura feita para anular a individulidade, continuarei rebelde.
- B
Nenhum comentário:
Postar um comentário