segunda-feira, 20 de abril de 2020

5 fatos sobre o Babado Real, o TCC com laço

É bastante curioso como o nosso tipo de sentimento em relação à faculdade se modifica através do tempo que se tem de curso. Eu confesso que Jornalismo não era, nem de longe, a minha primeira opção de carreira (acho que já falei sobre isso, talvez seja a idade chegando), e se eu estivesse no primeiro semestre hoje daria um jeito de migrar para Publicidade e Propaganda em outra cidade. 

Mas eu queria escrever, é a única coisa que mais ou menos sei fazer da vida (e não teria quem me pagasse uma privada), então fiquei até hoje. Sem que eu esperasse, chegou aquela dúvida maldita, que muito estudante tenta postergar para o último instante do curso, até não ter mais jeito. O que fazer para o TCC?  Foi aí que me veio a calhar: por que não fazer alguma coisa sobre lolita?

Como o semestre da UFBA foi pausado e não tenho tido meetings/encontros/outros derivados, achei digno contar um pouco hoje sobre a estória do meu projeto por aqui. Vai ser rápido, eu juro. 



1 - Decisão consolidada

Eu sempre soube que queria fazer alguma coisa focada na moda japonesa. Desde o terceiro semestre, se não me engano. Não sei como funciona em outras faculdades, mas a minha tem o TCC dividido em três partes, desenvolvidas entre o sexto e oitavo semestre. Tenho amigos que estão no sexto e ainda não sabem bem o que fazer; eles se impressionam com a minha convicção. Cada um tem seu tempo, né?

2 - Escolhendo o nome

Minha ideia se tornou um projeto no sexto semestre, onde a minha professora e atual orientadora Maria Carmem de Souza Jacob (eita nome comprido!) me ajudou a descobrir minhas motivações e formular hipóteses sobre o que motivou o movimento de Moda Lolita no Brasil, além de fazer boas provocações sobre aspectos cruciais para o estilo, como o senso de pertencimento e comunidade. Quando o artigo ficou pronto, faltava um nome. 

Queria algo fofo, mas não óbvio e que remetesse a alguma expressão brasileira. "Babado" é algo extraordinário, fora do comum. É assim que somos, não?

3 - Ponto diferencial

Eu tenho o costume de flanar em livrarias quando tenho tempo livre. Leio de tudo, e tenho algumas seções favoritas - a de moda é uma delas. A maioria das publicações remete ao certo/errado na hora de se vestir, e algumas contam sobre a história do vestuário propriamente dita. Durante meus quase dez anos de Moda Lolita, alguns TCCs sobre o assunto foram produzidos, grande parcela deles pela galera de Humanas. Daí, pensei: por que não contar sobre um estilo que tinha tudo pra "dar errado" no Brasil, e construiu uma comunidade fiel?

4 - Cobertura inquietante

Usar um estilo de moda diferente gera atenção. Como muita gente que usa lolita sente-se mais à vontade para circular em eventos de cultura pop e afins, é provável que alguém de imprensa vá querer saber o que se está vestindo. O grande problema é como a imagem de uma adepta da Moda Lolita é desenhada na matéria... Me causa agonia ver a falta de pesquisa e construção de senso comum que se faz nessas situações. Não é sobre síndrome de Peter Pan. Não é sobre querer aparecer. O que nos leva ao último fato:

5 - Pérolas de anágua

Eu já fiz uma reportagem sobre as lolitas da Bahia que foi bastante elogiada na faculdade. Nela, mostrei como as pessoas usam o estilo como uma forma de empoderamento, de expressão (como toda moda costuma ser, sobretudo a de subcultura) e de combate às opressões diárias em diversas frentes. Existe uma galera incrível por trás das vestes elaboradas, e é nisso que o livro pretende se focar: em histórias que valham a pena serem contadas.


Acho que é isso. Aliás, o Censo Lolita recebe respostas até o dia 20 de maio. Participem, divulguem, colaborem, crianças! ♥

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